Irreverente e provocadora como seu biografado, Outras palavras reconstrói a vida e a obra de um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos.
Caetano Veloso é um dos símbolos maiores da música popular e da cultura brasileiras. Multifacetado, transgressor e engajado, reuniu ao longo de décadas de carreira uma legião de fãs ávidos por sua produção, prolífica e espetacular, liderou movimentos e jamais deixou de se posicionar politicamente.
A juventude em Santo Amaro embalada pelos filmes de Federico Fellini, os contos de Clarice Lispector e o LP Chega de saudade, de João Gilberto; o falso antagonismo com Chico Buarque, uma rivalidade musical fabricada pela imprensa, e os embates com a militância; a nova poética musical da Tropicália; a estética vanguardista e suas experimentações; os envolvimentos e decepções com projetos políticos; e os muitos envolvimentos amorosos que inspiraram — declaradamente ou não — algumas das mais belas composições da música brasileira: em Outras palavras, o jornalista Tom Cardoso invoca o espírito de liderança de Caetano em nossa música, sua independência intelectual e sua impressionante capacidade de manter-se em evidência por décadas a fio.
Em seis capítulos temáticos — o homem de Santo Amaro, o polêmico, o líder, o vanguardista, o amante e o político —, o autor reúne depoimentos, entrevistas e uma extensa pesquisa bibliográfica para apresentar ao leitor o retrato múltiplo de um camaleão da cultura popular brasileira.
Na orelha deste livro, Rodrigo Faour (pesquisador e autor de História da música popular brasileira sem preconceitos), define assim o artista: “Um Narciso advogando para o diabo, em meio a extremismo de direita e de esquerda, de caretas e desbundados, com seu modo ‘de ser e estar’ no palco e na vida, quebrando convenções e caretices de diversos níveis, inclusive a mais cruel de todas: o discurso padronizado.”
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