Um retrato de uma das famílias nobres mais famosas — e criminosas — do Renascimento escrito pelo autor de O poderoso chefão.
Mario Puzo reinventou a literatura de ação e trouxe para o campo das letras a emoção e as intrigas de um submundo recheado de gângsters e heróis de moral duvidosa. Antes de sua morte, em 1999, o mais fiel menestrel da cosa nostra — com romances imortalizados também pelo cinema, como O poderoso chefão — resolveu buscar as origens da máfia numa das principais famílias transgressoras da história italiana. Em Os Bórgias, Puzo acompanha a trajetória do clã criminoso do século XV, uma família real, mas com traços de caráter dignos dos fictícios Corleones.
Puzo demorou quinze anos para construir a trama dessa família, algumas vezes escorregadia, mas sempre maligna e extremamente política. A história começa com o cardeal Rodrigo Bórgia se transformando no sumo pontífice da Igreja católica, Carlos VI, ao manipular as eleições papais de 1492. Este se muda, então, para o Vaticano, acompanhado da amante e dos filhos: o simples e desprezado Jofre, o irascível e ciumento Juan, a bela e determinada Lucrécia — a mais famosa dos Bórgias — e o guerreiro César. Estes dois últimos envolvidos em uma relação incestuosa que escandalizou a sociedade da época.
Determinado a estabelecer uma dinastia própria, Rodrigo controla sua prole com punho de aço e vontade de ferro. Nomeia o primogênito César — amigo pessoal de Maquiavel e o inspirador de seu Príncipe — como cardeal. Mas César tem sangue de soldado e anseia liderar o exército do papa na conquista da Itália central.
Os Bórgias tem como fio condutor o apetite de Rodrigo por poder, riqueza e mulheres. Um apetite apenas rivalizado pelo amor doentio pela própria família. Rodrigo consolida seu poder em uma grande rede de alianças criminosas, que deu origem à grande família mafiosa imortalizada, séculos depois, pelo próprio Puzo. Os Bórgias é um romance histórico empolgante, uma sinfonia repleta de notas dissonantes: amor e orgulho, traição, ódio e assassinato. Um retrato das origens do crime organizado que merece figurar entre os melhores da carreira de Mario Puzo.
"