Em Auto de João da Cruz, Ariano Suassuna nos leva a um confronto épico entre o divino e o demoníaco, em um palco onde a alma de João é o prêmio.
Nessa peça visceral, as forças celestiais e infernais travam uma batalha por uma alma vacilante, enquanto o espetáculo se desenrola em um julgamento cósmico.
Se Auto da Compadecida é a expressão cômica máxima, aqui encontramos o equilíbrio perfeito entre o lirismo e a profundidade, revelando um outro lado da genialidade de Suassuna.
O embate entre o divino e o demoníaco ressoa universalmente, capturando a tensão inerente ao eterno conflito moral. João da Cruz, o protagonista, torna-se o veículo para explorar as questões mais profundas da condição humana, enquanto as forças do bem e do mal disputam sua alma.
Esta peça é uma obra-prima que se conecta com amantes de teatro profundo, ávidos por mergulhar nas questões atemporais da espiritualidade e da dualidade humana.